Uma pesquisa com mais de 17 mil homens nos EUA aponta que um alto nível de condicionamento cardiovascular reduz o risco de desenvolver câncer e morrer da doença. O benefício independe do IMC (Índice de Massa Corporal), isto é, um homem magro que não se exercite tem um risco maior de ter câncer do que uma pessoa acima do peso que faça atividades físicas, de acordo com o trabalho apresentado no encontro anual da Asco (Sociedade Americana de Oncologia Clínica), em Chicago. Os resultados também levaram em conta fatores que poderiam distorcer os dados, como tabagismo e idade.
Os participantes da pesquisa fizeram um teste de esforço na esteira por volta dos 50 anos. Os pesquisadores, liderados por Susan Lakoski, da Universidade de Vermont (EUA), seguiram os voluntários por cerca de 20 anos para ver quem desenvolveria câncer colorretal, de pulmão e próstata. Nesse período, 2.885 homens receberam o diagnóstico desses tumores e 347 morreram da doença.
Os participantes “em forma” apresentaram risco 68% menor de ter câncer de pulmão e 38% menor de tumor colorretal em relação aos mais sedentários. Não houve diferença para a doença na próstata. Entre os que tiveram tumores, o bom condicionamento físico foi ligado a um risco menor de morte. Fábio Kater, oncologista do Hospital 9 de Julho, afirma que já se tinha uma ideia de que o exercício poderia ter esse efeito protetor, como no caso do câncer de mama.
“A nova pesquisa tem um peso grande pelo tamanho da amostra e tempo de seguimento. Mudanças no estilo de vida podem ter um grande impacto a longo prazo.” Ainda é preciso investigar as razões por trás dessa ligação. A oncologista Veridiana Pires de Camargo, do Hospital Sírio-Libanês, diz que algumas explicações possíveis são a redução da inflamação, a melhora da imunidade e a liberação de endorfinas por causa dos exercícios.
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