terça-feira, 30 de abril de 2013

Jogador do Fluminense nega ter ajudado Bernardo em caso de tortura



O zagueiro Wellington Silva, do Fluminense, negou em depoimento na noite desta terça-feira (30), na 21ª DP (Bonsucesso), que tenha qualquer envolvimento com o caso de tortura ao meia Bernardo, do Vasco, e a Dayana Rodrigues, namorada do traficante Marcelo Santos das Dores, o “Menor P”.

Wellington, criado no Conjunto de Favelas da Maré, onde o criminoso é chefe do tráfico, foi apontado, segundo a primeira versão da polícia, como uma espécie de negociador para que Bernardo fosse liberado de uma suposta tortura, após ser flagrado com a namorada de Menor P em uma festa na comunidade, no dia 21 de abril.

Segundo o advogado do jogador, Sérgio Riera, o zagueiro estava na favela no domingo para visitar os pais, participou de uma festa e foi jantar com amigos, antes de voltar para casa, sem encontrar com o meia. Só conversou com Bernardo no dia seguinte, e a ligação foi para saber da saúde do atleta, que fará uma cirurgia no joelho nesta quarta (1º) e ficará seis meses sem jogar, ainda de acordo com o advogado.

"[Wellington] Não fez nenhuma intervenção porque não tem nenhuma ligação estreita com as pessoas da Maré", explicou Riera, que acompanhou o depoimento, de cerca de duas horas, iniciado por volta das 19h.

Tortura
A investigação começou após a mulher dar entrada no Hospital Souza Aguiar, com ferimentos a bala, no dia 22. O delegado José Pedro Costa da Silva, responsável pelo caso, disse na sexta-feira (26) que no dia 21 o jogador e a mulher haviam sido flagrados juntos, sequestrados e torturados por traficantes sob o comando de Menor P, um dos foragidos mais procurados do Rio — com recompensa oferecida de R$ 2 mil pelo Disque Denúncia.

O jogador do Vasco Bernardo falou, em nota divulgada nesta terça, pela primeira vez após o depoimento desta segunda (29), na delegacia de Bonsucesso, Subúrbio do Rio, sobre a investigação de tortura a ele a Dayana Rodrigues, namorada do traficante Marcelo Santos das Dores, o “Menor P”. O meia voltou a negar ter sofrido agressões físicas, agradeceu o apoio do clube e de torcedores, e disse considerar o "a história encerrada".
Bernardo depôs na segunda (Foto: Thiago Lontra /
Agência O Globo)

"Após o depoimento oficialmente prestado ontem, quando pude relatar todo o realmente ocorrido, considero esta historia encerrada, permanecendo, claro, sempre à disposição da autoridade policial para prestar esclarecimentos adicionais que possam ser necessários a respeito do assunto", disse o meia, que encerrou o texto com a frase "Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo, antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir".

O jogador Charles, do Palmeiras, também citado na investigação, está viajando e só vai depor na segunda-feira (6), segundo o delegado.

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