quinta-feira, 21 de março de 2013

Obama alerta regime sírio para o uso de armas químicas



O Presidente dos EUA alertou na quarta-feira o regime sírio contra o uso de armas químicas, declarando-se "muito cético" sobre as informações relativas ao uso deste armamento pelos rebeldes. 

A utilização de armas químicas contra o povo sírio seria "um erro rave e trágico", afirmou Barack Obama, durante uma conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acrescentando: "O regime Assad deve compreender que terá de prestar contas". 

Obama, que nunca se tinha exprimido tão longamente sobre o assunto, acentuou: "Uma vez os factos estabelecidos, já disse claramente que o recurso a armas químicas muda a regra do jogo". 

Os EUA vão inquirir sobre as alegações de uma utilização de armas químicas na Síria, na terça-feira, inédita ao longo dos dois anos de guerra civil. Se se confirmar a utilização, os EUA entendem que isso exigiria uma reação internacional. 

"Não vou fazer anúncios hoje sobre as etapas a seguir, porque penso que é preciso antes recolher os factos", disse Obama, acrescentando: "Creio que começamos a ver armas potencialmente devastadoras e um grande número de vítimas, e se se deixa sair o génio da garrafa, arriscamo-nos a cenas ainda mais horríveis do que as que já vimos na Síria". 

França, Reino Unido e EUA querem que ONU investigue uso de armas químicas

Os EUA, a França e o Reino Unido vão solicitar ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, o envio de uma missão de inquérito à Síria para verificar as acusações relativas à utilização de armas químicas, indicaram hoje diplomatas.

O embaixador francês, Gérard Araud, afirmou à imprensa que se trata de "fazer um inquérito no conjunto do território (sírio) para esclarecer todas as alegações" feitas pela oposição e pelo regime de Damasco.

Os dois campos acusam-se mutuamente do uso de armas químicas nas regiões de Alepo, no Norte, e Damasco. A oposição acusa o regime de ter usado estas armas em Khan al-Assal, perto de Alepo, e em Atayba, a leste de Damasco, enquanto o regime acusa a oposição de o ter feito na terça-feira em Khan al-Assal.

A Federação Russa, aliada do regime de Damasco, demarcou-se nitidamente dos seus parceiros no Conselho de Segurança, insistindo em que o inquérito se reduza apenas às acusações feitas à oposição síria, como o exige o governo de Damasco.

O Executivo do Presidente Bachar al-Assad apresentou na quarta-feira uma pretensão neste sentido junto de Ban Ki-moon.

"Espero que o secretário--geral responda rapidamente à vossa solicitação", disse aos jornalistas o embaixador russo, Vitali Tchourkine, que preside em março ao Conselho de Segurança.

Desde o início da crise síria, em março de 2011, os dirigentes de Moscovo esforçaram-se sempre em proteger o seu aliado sírio, chegando a vetar três projetos de resolução apresentados por ocidentais ao Conselho.

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