sexta-feira, 17 de agosto de 2012

PF pede afastamento de deputado suspeito de ter servidores 'fantasmas'

A Polícia Federal pediu o afastamento do deputado estadual Roberto Carlos (PDT-BA) e mais oito pessoas investigadas por formação de quadrilha, peculato, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em um inquérito finalizado no dia 9 de agosto deste ano, informa nota enviada nesta quinta-feira (16).

No dia 3 de abril deste ano, a polícia
cumpriu 12 mandados de busca e apreensão na Operação Detalhes, deflagrada nas cidades de Juazeiro e Uauá (BA), além de Petrolina (PE), com o objetivo de desmontar esquema de desvio de recursos públicos através de assessores parlamentares "fantasmas" na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), ocupada na ocasião.

O delegado federal Maurício Salim afirma que o inquérito foi encaminhado para o Tribunal Regional Federal (1ª região), que decidirá pelo afastamento ou não dos suspeitos. "Cabe agora ao Poder Judiciário decidir se vai deferir ou não", relata. O deputado e sua assessoria de comunicação não foram encontradas pelo G1.
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'Perseguição'
No dia 5 de abril, o deputado Roberto Carlos concedeu entrevista na cidade de Juazeiro, região norte da Bahia, para falar sobre as suspeitas de participação em esquema de contratação de "servidores fantasmas". Ele disse que é vítima de perseguição política.

"A gente está falando de coisas vazias, de coisas que a gente não tem nada de concreto. Eu quero dizer que acredito na Justiça, acredito na polícia. Me coloquei à disposição da Polícia Federal para, no momento que a polícia entender de me ouvir, ela escolherá o local e a data", disse.

Ele é suspeito de contratar os oito assessores "fantasmas" denunciados, que recebiam salários de R$ 3 a R$ 8 mil. Os valores eram sacados por outra pessoa, que repassava a quantia para as contas do deputado e de seus parentes. Segundo a PF, os oito "funcionários fantasmas", todos da cidade de Juazeiro, participavam do esquema de desviar os salários, ou parte do dinheiro, para o deputado Roberto Carlos Almeida.

Investigação
As investigações começaram a partir de um relatório emitido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) enviado à Polícia Federal, pelo qual foram identificadas movimentações financeiras atípicas realizadas por familiares do deputado no período de 2008 a 2010.

A investigação foi iniciada pela Delegacia da Polícia Federal em Juazeiro, há dois anos, e doze mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília. Roberto Carlos Almeida é o atual presidente do clube de futebol Juazeirense e atua como corregedor na Assembleia Legislativa da Bahia.
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